sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Sobre o dar e receber














Sempre tive dificuldades com o receber.
Fui ensinado desde pequeno, por cultura, por religião, etc., a fazer o bem, a ser bom, a presentear, a dar sempre o meu melhor. 
Até aí perfeito, nada de errado, inclusive é extremamente prazeroso. Porém, não me lembro de me ensinarem a receber.
Sempre tive dificuldade em receber até elogios. Parecia até que receber algo era pecado, que ganhar algo era constrangedor. Tanto, que receber algo gerava em mim a obrigação de retribuir. 
Claro que retribuir é importante, mas não como obrigação e sim como uma consequência do ato de dar. O tal do círculo virtuoso. A corrente do bem.
Vejo muito isso nas conversas com meus alunos, com meus clientes e amigos. 
Existe muita dificuldade em receber.
O tempo passou e fui aprendendo muitas coisas.
Ah! A maturidade, como ela poderia vir antes... Rsrs... Me polparia de muitos aborrecimentos...
Entre as tantas coisas que aprendi, uma delas se refere a este assunto: 
O dar e receber.
A lei diz: "dar e receber", "plantar e colher", "causa e efeito", etc. 
Partindo deste princípio, ninguém recebe sem dar, colhe sem plantar, sofre um efeito senão provoca uma causa. Correto?
Muitas vezes cheguei a me sentir culpado por ter tanta coisa boa acontecendo comigo. Me sentia na obrigação de fazer alguma coisa de bom para compensar, com medo do universo me tirar aquilo que estava recebendo.
Para mim é claro que devo sempre fazer o bem. Mas como já disse, nunca por obrigação, para pagar algo, ou compensar o que estou recebendo.
Explico por que:
Sobre a lei do dar e receber, é fácil interpretar que: "é dando que se recebe", é "plantando que se colhe", etc.
E, olha que interessante: ninguém planta arroz e colhe feijão, entendeu?
Desta forma, tudo o que estou recebendo eu já fiz por merecer. 
Olha que demais tudo isso!... Não há o porque me sentir culpado, me sentir constrangido ou ficar com medo de perder. Já é meu por merecimento.
Segundo a lei, o receber é o contraponto do dar, assim como o colher é o contraponto do plantar. Não há como ser diferente...
Aqui cabe uma ressalva importantíssima:
Recebo na mesma medida que dou, colho na mesma medida que planto.
Cabe a mim, tomar conta do que dou e do que planto.
Não há efeito sem causa e o ser inteligente que mora dentro de mim entendeu, que sou o único responsável pelo que recebo, pelo que planto e pelos efeitos que causo.
A qualidade do que recebo ou do que colho, vem na mesma proporção do que dou e do que planto...
Isso me traz uma certeza: se estou recebendo é meu.
Tenham um lindo dia, plantando flores e colhendo perfumes.

(Evaldo Mazer)

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