Já apresentei para vocês o Chiquinho, o “tio Chico” e a tia
Maria. E também já contei que desde bebê frequentava a casa deles...
Chiquinho tinha uma oficina no fundo da sua casa. Vendia e
consertava relógios e fabricava pulseiras de relógio. Pulseiras de couro.
Desde
muito cedo vivi esse “universo”.
Ele mantinha sempre três jovens ajudando-o na fabricação das
mesmas. E eu lá, enxerido, enchendo o saco da turma.
O Chiquinho e a tia Maria tinham sofrido um drama pessoal
muito pesado. Tinham perdido a pouco tempo e em pouco espaço de tempo seus dois
filhos ainda crianças, 5 e 7 anos, Milton e Wilson, de nefrite (infecção nos
rins)e sinto que, de certa forma eles me “adotaram”, pois eles tinham um amor
muito grande por mim... E, eu por eles...
Voltando à história, eu desde cedo, e muito cedo mesmo,
achava que “trabalhava” na oficina. Se fosse hoje o Chiquinho e a tia Maria
estavam presos por exploração de menores e, eu não estaria aqui com essas
histórias tão marcantes para mim, para contar... rsrsrs.
Vim a trabalhar mais tarde por quase cinco anos. Dos 9 anos
aos 14 anos. Mas, essa é outra história.
Como eu achava que trabalhava, quando os meninos recebiam o
pagamento, eu também queria receber. Eu tinha nessa época por volta de 5 anos,
portanto final dos anos 1960, e lembro como se fosse hoje um desses dias.
Os meninos estavam recebendo o pagamento deles, lembro-me do
nome de um deles, que era o que mais me dava atenção, o Murilo. Quando foi a
minha vez de receber, eu só recebi “um” dinheiro (na verdade uma nota de 50 ou
500 sabe lá o que (acho que eram cruzeiros), uma nota cinza escura de um lado e
cinza claro do outro.
Eu estava
esperando bastante dinheiro (queria juntar para comprar um carro pro meu pai) e
fiquei muito decepcionado e chorei, chorei muito...
O Murilo, teve a seguinte
ideia. Me convidou para irmos na venda do “Seu Gusto” e comprar doces. Gostei
da ideia.
Compraram doces para eles e para mim. Pagaram com a minha nota de 50
(ou 500, não me lembro) e me deram o troco. Várias notas de menor valor de
troco. Não me recordo de ter feito um negócio tão bom... rsrs...
Troquei um dinheiro por um monte de doces e muito mais
dinheiro.
Eu tinha uma carteira onde colocava todo o dinheiro. Enchi
ela...
Adoro essa ingenuidade infantil...
O tempo passou e essa história foi contada muitas vezes pelo
Chiquinho e também por mim, como estou fazendo agora...
E sempre rimos
bastante...
Saudades dessa época...
Do Chiquinho...
(Evaldo Mazer)
Adorei e fiquei muito feliz em ler as histórias do Tio Chico, lembro de infância, como eu gostava de ir na oficina, e pedalar num amolador que tinha lá,lembro de Vc na oficina também! Valeu Evaldo, por lembrar e relembrar essas Queridas pessoas que contribuíram para nossas formações. Sds do Tio e meu Padrinho de Batismo, Chico e desses momentos felizes! Um Grande Abraço
ResponderExcluirTem muitas histórias, Tato...
ExcluirAos poucos vou relembrando aqui.
Muita saudades deles...😊
Este comentário foi removido pelo autor.
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