quarta-feira, 4 de março de 2020

50 cruzeiros


Já apresentei para vocês o Chiquinho, o “tio Chico” e a tia Maria. E também já contei que desde bebê frequentava a casa deles...
Chiquinho tinha uma oficina no fundo da sua casa. Vendia e consertava relógios e fabricava pulseiras de relógio. Pulseiras de couro. 
Desde muito cedo vivi esse “universo”.
Ele mantinha sempre três jovens ajudando-o na fabricação das mesmas. E eu lá, enxerido, enchendo o saco da turma.
O Chiquinho e a tia Maria tinham sofrido um drama pessoal muito pesado. Tinham perdido a pouco tempo e em pouco espaço de tempo seus dois filhos ainda crianças, 5 e 7 anos, Milton e Wilson, de nefrite (infecção nos rins)e sinto que, de certa forma eles me “adotaram”, pois eles tinham um amor muito grande por mim... E, eu por eles...
Voltando à história, eu desde cedo, e muito cedo mesmo, achava que “trabalhava” na oficina. Se fosse hoje o Chiquinho e a tia Maria estavam presos por exploração de menores e, eu não estaria aqui com essas histórias tão marcantes para mim, para contar... rsrsrs.
Vim a trabalhar mais tarde por quase cinco anos. Dos 9 anos aos 14 anos. Mas, essa é outra história.
Como eu achava que trabalhava, quando os meninos recebiam o pagamento, eu também queria receber. Eu tinha nessa época por volta de 5 anos, portanto final dos anos 1960, e lembro como se fosse hoje um desses dias.
Os meninos estavam recebendo o pagamento deles, lembro-me do nome de um deles, que era o que mais me dava atenção, o Murilo. Quando foi a minha vez de receber, eu só recebi “um” dinheiro (na verdade uma nota de 50 ou 500 sabe lá o que (acho que eram cruzeiros), uma nota cinza escura de um lado e cinza claro do outro.  
Eu estava esperando bastante dinheiro (queria juntar para comprar um carro pro meu pai) e fiquei muito decepcionado e chorei, chorei muito... 
O Murilo, teve a seguinte ideia. Me convidou para irmos na venda do “Seu Gusto” e comprar doces. Gostei da ideia. 
Compraram doces para eles e para mim. Pagaram com a minha nota de 50 (ou 500, não me lembro) e me deram o troco. Várias notas de menor valor de troco. Não me recordo de ter feito um negócio tão bom... rsrs...
Troquei um dinheiro por um monte de doces e muito mais dinheiro.
Eu tinha uma carteira onde colocava todo o dinheiro. Enchi ela...
Adoro essa ingenuidade infantil...
O tempo passou e essa história foi contada muitas vezes pelo Chiquinho e também por mim, como estou fazendo agora... 
E sempre rimos bastante...
Saudades dessa época... 
Do Chiquinho...
(Evaldo Mazer)

4 comentários:

  1. Adorei e fiquei muito feliz em ler as histórias do Tio Chico, lembro de infância, como eu gostava de ir na oficina, e pedalar num amolador que tinha lá,lembro de Vc na oficina também! Valeu Evaldo, por lembrar e relembrar essas Queridas pessoas que contribuíram para nossas formações. Sds do Tio e meu Padrinho de Batismo, Chico e desses momentos felizes! Um Grande Abraço

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    1. Tem muitas histórias, Tato...
      Aos poucos vou relembrando aqui.
      Muita saudades deles...😊

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